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(Nem tão) Querido (nem tão) diário,

Eu sou especial e eu to tentando acreditar nisso faz bastante tempo. Ontem a noite eu repeti isso pra mim mesma enquanto fazia o abraço borboleta. Era quase onze da noite e meu quarto era iluminado apenas por um foco de abajour. A mente nos joga truques o tempo todo e o maior deles parece ser a autosabotagem. Não sei quando ficou tão fácil ver o melhor em alguém e só enxergar trevas diante do espelho. A respiração pesada dói, a primeira coisa que me falta quando tudo começa a escurecer aqui dentro é o ar, ou será o amor? O que não falta nunca, ao contrário são os pensamentos que me invadem como um oceano de julgamentos, acusações, opressões, culpas, memórias. Rodopiam na minha mente, entalam na garganta, esmagam o coração. É nadar contra corrente, é subir uma duna de areia fina onde os pés ficam enterrados a cada passo. Sentir a solidão bater no peito como o vento frio em uma noite em que o mar é agitado e as ondas quebram na areia. Não há acolhimento, há resignação, há lagrimas que secam, há músculos que doem, há pensamentos que vagueiam, assombram, se esvaem, como se esvai o tempo, o momento, o lamento, fica o coração, a oração, o apogeu, quando tudo cessa, fica eu.

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Acordei cedo aquele dia, chovia muito, sorri. Senti um cheiro doce. Abri a janela, fui recebida por um vento frio, mas paradoxalmente ele aqueceu meu coração e agora me aquece todos os dias. É um arco iris em tons pasteis, uma grama verde macía, cheiro de casca de árvore, de tangerina docinha. Permaneceu no meu coração a luz sutil, nos meus dias e nas minhas noites claras a claridade do consolo, da voz tranquila, embalada em muito amor. Cura na dor. Paciencia na insegurança. Cuidado na permanencia. Amor e mais amor. É meu teto de estrelas, minhas paredes coloridas em aquarela. Areia branquinha, cheia de conchinhas, uma flor amarela. Um dia cheio de cor, ainda que o céu esteja cinza chumbo. Rafaela no mundo, é presente dos que não se espera, cria raizes no profundo, É fecundo. Frutos doces da cura, sorvete de chuva e mel, Alma pura, amizade de céu.

Chiara Badano, para mostrar que a santidade ainda é possível.

Em Sassello, gracioso e alegre vilagem do Apenino Ligure que pertence à diocese de Acqui Terme, nasce, no 29 de outubro 1971, Chiara Badano que os pais esperavam faziam jà onze anos. A sua chegada é considerada como uma graça da Madonna delle Rocche, a qual o pai recorreu com rezas humildes e confiantes. Chiara (Clara) de nome e de fato, com grandes olhos limpidos, com um sorriso doce e comunicativo, inteligente e voluntariosa, vivaz, alegre e desportiva, é educada pela mãe - através das parábolas do Evangelho– a falar com Jesus e a dizer-Lhe «sempre sim». É uma moça que ama a natureza e brincar, mas distingue–se desde pequena no amor para com os últimos, que cobre de mil atenções e serviços, renunciando às vezes a momentos de distração. Desde o perìodo da escola maternal ela deposita suas pequenas poupanças em uma caixinha pelos seus negrinhos; ela irà sonhar depois de partir para a Africa como médico para curar aqueles meninos. Chiara é uma garotinha normal, mas com algo mais: a...

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