Quando o céu está cinza chumbo, com nuvens pesadas, a brisa anuncia a chuva e as gotas caem, fortes, pesadas, sinto meu coração se encher de paz, sinto essa brisa na minha alma. Nunca entendi porque, geralmente as pessoas gostam de céu azul e sol, até perguntei à minha mãe se nasci em dia de chuva, mas ela disse que quando eu nasci estava sol. Eu absolutamente amo a lua, sinto que temos a mesma essência, não sei explicar, amo os planetas, as galáxias, mas eu nasci de dia, meio dia e vinte pra ser mais específica. Dizem que tenho uma vibe doce, mas eu amo filmes de suspense e serial killers. Minha mãe faz o melhor bolo do mundo, mas eu prefiro pizza. Parece que sou feita de desencontros, de paradoxos, um mar revolto na profundidade e sereno na superfície, onde os barcos deslizam tranquilos no perigo. Passo em estações, como passa a água por todos os seus estados, seca, molhada, fria, dispersa, em movimento, nem todos me agradam.Passo ao meu próprio passo, levo o que dá, deixo o que consigo, faço e sirvo, encaixo onde há espaço, permaneço e cresço, tento mais do que alcanço, fico porque canso, não vou porque prefiro estar. Se há algo bom em mim é justamente porque o paradoxo é assim.
No fim do dia não é muita coisa que importa. O que resta do dia que passou sou eu mesma. Sorrisos, lágrimas, abraços ou solidão, tudo passa, seja ruim ou bom. Eu permaneço, não interessa se a contra gosto ou não. Se o dia foi tranquilo ou exigente. Sou eu, comigo e pra mim, e tudo o que eu queria era que fosse suficiente.
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