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Mostrando postagens de outubro, 2020

Rua das flores

Uma grande janela, de base reta e topo ovalado, como costumavam ser os modelos de janelas dos casarões antigos. A madeira espessa, carregando um passado pesado, porém feliz, ainda pintada de branco, descascando aqui e acolá. Pequenos quadrados de um embaçado e opaco vidro preenchem de par e em par toda a janela, deixando entrar, ainda que turvo, os raios do sol que brilham suaves lá fora.  O quarto quase vazio, o chão de madeira, coberto de poeira. Uma caixinha no canto, dentro dela uma fotografia um pouco amassada, pedrinhas de uma pulseira quebrada e uma pesada chave de metal. Paredes altas, com saudades dos quadros que a enfeitavam, das fotografias de homens sérios com bigodes grandes e corações ainda maiores, mulheres tentando manter o ar misterioso, mas sendo entregues pelo sorriso do olhar.  Casa vazia Casa cheia de lembranças Nunca será só a casa, embora esteja a casa só