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Monólogo


Não entendo, eu procurei incessantemente pela felicidade, em todos os lugares possíveis, eu a procurei , eu a procurei tanto... e muitas vezes achei realmente que a tivesse encontrado, na hora me sentia eufórica, realmente feliz, mas quando acabava tudo, quando todos se iam, quando as luzes se apagavam e o som emudecia, a felicidade que tinha já não me pertencia, e eu percebia que ela tampouco fora minha, não, não era minha, se fosse porque ia embora e me deixava de novo um vazio? Um vazio cada vez pior, um vazio acompanhado de um cansaço, um cansaço dolorido. Por quê? Porque isso? Não sou digna sequer de ser feliz? E se não o fosse não poderia nem mesmo ter paz? Eu só queria sentir que tava tudo bem, mas não enxergo aonde eu errei? Não foi por não ter dado cara a tapa, nem por não ter consumido minhas forças nessa busca, nunca fui pretensiosa, eu não queria nada de ostento, eu só queria ser feliz e estar em paz... Eu não mereço? É isso? É isso? Me respondam! Mas porque? Aii, como dói! Eu me sinto realmente muito mal, não me restam forças, nenhuma sequer, entende que eu cheguei ao meu limite? Sinto meu coração comprimir, retorcer de tanta dor e desespero, não quero estar condenada a viver assim para sempre, por favor, alguém me ouve, ouve a dor do meu coração, olha para mim, eu preciso de atenção, porque a felicidade sempre escapa da minha mão? Porque no final acabo sempre sozinha? Eu sou tão asquerosa a esse ponto? Alguém pode me amar? Existe alguém capaz disso? De me amar somente? Eu só quero me sentir bem... Também não quero que seja por favor, eu quero que seja sincero, porque sempre vêem animados, me levantam, me divertem e quando acho que enfim estou bem tudo se vai, tudo acaba, o castelinho de areia que tanto demorei a construir é desfeito rapidamente pela onda voraz, até onde eu terei forças para reconstruí-lo? Sinceramente, eu já não as tenho.

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Post feliz

Acordei cedo aquele dia, chovia muito, sorri. Senti um cheiro doce. Abri a janela, fui recebida por um vento frio, mas paradoxalmente ele aqueceu meu coração e agora me aquece todos os dias. É um arco iris em tons pasteis, uma grama verde macía, cheiro de casca de árvore, de tangerina docinha. Permaneceu no meu coração a luz sutil, nos meus dias e nas minhas noites claras a claridade do consolo, da voz tranquila, embalada em muito amor. Cura na dor. Paciencia na insegurança. Cuidado na permanencia. Amor e mais amor. É meu teto de estrelas, minhas paredes coloridas em aquarela. Areia branquinha, cheia de conchinhas, uma flor amarela. Um dia cheio de cor, ainda que o céu esteja cinza chumbo. Rafaela no mundo, é presente dos que não se espera, cria raizes no profundo, É fecundo. Frutos doces da cura, sorvete de chuva e mel, Alma pura, amizade de céu.

Vazio

Não entendo muito de luz, geralmente ela me deixa confusa...mal posso enxergar, nem fora nem dentro. Não suporto a escuridão, me falta o ar, o pulsar não. Meia luz me dá sono. Meio escuro me dá medo. Muita luz só serve se eu a direcionar, voltada pra mim só traz dor. A falta dela me leva em qualquer direção. Um céu escuro com milhares de estrela, um céu nublado com o sol bem escondido. O que me assusta é a ausencia ou a presença? Uma presença ausente ou uma ausencia que se torna presente.
Sentia o cheiro do sal, do mar, ouvia o som das ondas, sentia o sol beijar minha pele, o vento fazia dançar os meus cabelos. Não sei quanto tempo passou enquanto eu vivia, talvez 5 minutos ou 5 dias, estava serena e sentia paz, mas aos poucos ouvia um ruído que se tornava mais frequente e mais agudo, o vento gemia, abri os olhos lentamente, as ondas quebravam com força na areia, de repente a areia foi envolvida por uma corrente de ar que a fez girar e subir, pensei em levantar, tentar socorrer a areia ou talvez acalmar o mar, pensei em dizer palavras agradaveis para o vento, mas percebi que não fazia sentido, a natureza precisava ser e eu precisava me reter, dei três passos pra trás, sentei novamente, fiquei observando o caos, ele não precisava me envolver, voltei à minha serenidade.