Pular para o conteúdo principal

Postagens

Sentia o cheiro do sal, do mar, ouvia o som das ondas, sentia o sol beijar minha pele, o vento fazia dançar os meus cabelos. Não sei quanto tempo passou enquanto eu vivia, talvez 5 minutos ou 5 dias, estava serena e sentia paz, mas aos poucos ouvia um ruído que se tornava mais frequente e mais agudo, o vento gemia, abri os olhos lentamente, as ondas quebravam com força na areia, de repente a areia foi envolvida por uma corrente de ar que a fez girar e subir, pensei em levantar, tentar socorrer a areia ou talvez acalmar o mar, pensei em dizer palavras agradaveis para o vento, mas percebi que não fazia sentido, a natureza precisava ser e eu precisava me reter, dei três passos pra trás, sentei novamente, fiquei observando o caos, ele não precisava me envolver, voltei à minha serenidade.
Postagens recentes

Sobre a noite

No fim do dia não é muita coisa que importa. O que resta do dia que passou sou eu mesma. Sorrisos, lágrimas, abraços ou solidão, tudo passa, seja ruim ou bom. Eu permaneço, não interessa se a contra gosto ou não. Se o dia foi tranquilo ou exigente. Sou eu, comigo e pra mim, e tudo o que eu queria era que fosse suficiente.

Vazio

Não entendo muito de luz, geralmente ela me deixa confusa...mal posso enxergar, nem fora nem dentro. Não suporto a escuridão, me falta o ar, o pulsar não. Meia luz me dá sono. Meio escuro me dá medo. Muita luz só serve se eu a direcionar, voltada pra mim só traz dor. A falta dela me leva em qualquer direção. Um céu escuro com milhares de estrela, um céu nublado com o sol bem escondido. O que me assusta é a ausencia ou a presença? Uma presença ausente ou uma ausencia que se torna presente.

Post feliz

Acordei cedo aquele dia, chovia muito, sorri. Senti um cheiro doce. Abri a janela, fui recebida por um vento frio, mas paradoxalmente ele aqueceu meu coração e agora me aquece todos os dias. É um arco iris em tons pasteis, uma grama verde macía, cheiro de casca de árvore, de tangerina docinha. Permaneceu no meu coração a luz sutil, nos meus dias e nas minhas noites claras a claridade do consolo, da voz tranquila, embalada em muito amor. Cura na dor. Paciencia na insegurança. Cuidado na permanencia. Amor e mais amor. É meu teto de estrelas, minhas paredes coloridas em aquarela. Areia branquinha, cheia de conchinhas, uma flor amarela. Um dia cheio de cor, ainda que o céu esteja cinza chumbo. Rafaela no mundo, é presente dos que não se espera, cria raizes no profundo, É fecundo. Frutos doces da cura, sorvete de chuva e mel, Alma pura, amizade de céu.

Dias 4

Quando o céu está cinza chumbo, com nuvens pesadas, a brisa anuncia a chuva e as gotas caem, fortes, pesadas, sinto meu coração se encher de paz, sinto essa brisa na minha alma. Nunca entendi porque, geralmente as pessoas gostam de céu azul e sol, até perguntei à minha mãe se nasci em dia de chuva, mas ela disse que quando eu nasci estava sol. Eu absolutamente amo a lua, sinto que temos a mesma essência, não sei explicar, amo os planetas, as galáxias, mas eu nasci de dia, meio dia e vinte pra ser mais específica. Dizem que tenho uma vibe doce, mas eu amo filmes de suspense e serial killers. Minha mãe faz o melhor bolo do mundo, mas eu prefiro pizza. Parece que sou feita de desencontros, de paradoxos, um mar revolto na profundidade e sereno na superfície, onde os barcos deslizam tranquilos no perigo. Passo em estações, como passa a água por todos os seus estados, seca, molhada, fria, dispersa, em movimento, nem todos me agradam.Passo ao meu próprio passo, levo o que dá, deixo o que con...

Uma história que se escreveu antes que eu a escrevesse

Num imenso fundo azul pálido dançavam vívidos raios de luz, vindos do mais profundo absoluto, e uma suave brisa cintilando paz. Corriam e se espalhavam ao som da criação. Se expandiam e se recolhiam em movimentos ritmados como notas da mais bonita canção. A água escorria por todos os lados e dava forma a inúmeras vidas, que nasciam e preenchiam cada espaço do infinito. Pontos de luminosidade se fixavam no azul que escurecia. Cada material ia se derramando do abstrato e ia se tornando concreto, cada um no seu lugar, povoando, perfomando, criado e criando. Tudo se fazia um, menos a luz e a brisa, que não podiam objetivar-se em nada, assim que uniram-se em um só essência. Habitaram o mundo antes de ele se chamar assim. Uma essência hermética que pairava pela existencialidade sendo, e apenas sendo, até o momento que precisou ter, e tendo precisou dividir-se em dois seres diferentes, mas construídos pelo mesmo material, preenchidos do mesmo ar, formados pela mesma luz. Se dividiram aí to...

Mélico vôo

Meus olhos estavam levemente cerrados, a descansar sua própria fadiga. Uma torrente de ar bagunçou meus cabelos e minha vida. senti a luz forte e quente no meu rosto, me fazendo despertar do meu adormecimento. Vi o caminho que se fazia à minha frente, feito de uma terra avermelhada, o imenso céu antes cinza, agora composto por uma aquarela de tons azuis, contornado por um leve lilás, o sol surgira, forte e intenso, senti um calor agradável, mas também senti minha pele queimar, acostumada com a sombra estava sensível à verdade da luz, não é qualquer um que podia acolhê-lo. Eu no entanto, mesmo sem saber se podia caminhar outra vez, me senti fascinada e aos poucos percebi que dentro de mim havia muita luz e calor correndo pelas minhas veias, me conectei, levatei, seguí, caí, não uma, nem duas, mas algumas e repetidas vezes, mas nunca deixou de brilhar sobre mim aquela luz. O medo deu lugar à confiança, esperança, de repente me sentí segura, a luz ilumina, mas também cura.