Acordei cedo aquele dia, chovia muito, sorri.
Senti um cheiro doce.
Abri a janela, fui recebida por um vento frio, mas paradoxalmente ele aqueceu meu
coração e agora me aquece todos os dias.
É um arco iris em tons pasteis,
uma grama verde macía, cheiro de casca de árvore, de tangerina docinha.
Permaneceu no meu coração a luz sutil, nos meus dias e nas minhas noites claras a claridade
do consolo, da voz tranquila, embalada em muito amor.
Cura na dor.
Paciencia na insegurança.
Cuidado na permanencia.
Amor e mais amor.
É meu teto de estrelas,
minhas paredes coloridas em aquarela.
Areia branquinha, cheia de conchinhas, uma flor amarela.
Um dia cheio de cor, ainda que o céu esteja cinza chumbo.
Rafaela no mundo, é presente dos que não se espera,
cria raizes no profundo,
É fecundo.
Frutos doces da cura,
sorvete de chuva e mel,
Alma pura, amizade de céu.
Não entendo muito de luz, geralmente ela me deixa confusa...mal posso enxergar, nem fora nem dentro. Não suporto a escuridão, me falta o ar, o pulsar não. Meia luz me dá sono. Meio escuro me dá medo. Muita luz só serve se eu a direcionar, voltada pra mim só traz dor. A falta dela me leva em qualquer direção. Um céu escuro com milhares de estrela, um céu nublado com o sol bem escondido. O que me assusta é a ausencia ou a presença? Uma presença ausente ou uma ausencia que se torna presente.
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