Acordei cedo aquele dia, chovia muito, sorri.
Senti um cheiro doce.
Abri a janela, fui recebida por um vento frio, mas paradoxalmente ele aqueceu meu
coração e agora me aquece todos os dias.
É um arco iris em tons pasteis,
uma grama verde macía, cheiro de casca de árvore, de tangerina docinha.
Permaneceu no meu coração a luz sutil, nos meus dias e nas minhas noites claras a claridade
do consolo, da voz tranquila, embalada em muito amor.
Cura na dor.
Paciencia na insegurança.
Cuidado na permanencia.
Amor e mais amor.
É meu teto de estrelas,
minhas paredes coloridas em aquarela.
Areia branquinha, cheia de conchinhas, uma flor amarela.
Um dia cheio de cor, ainda que o céu esteja cinza chumbo.
Rafaela no mundo, é presente dos que não se espera,
cria raizes no profundo,
É fecundo.
Frutos doces da cura,
sorvete de chuva e mel,
Alma pura, amizade de céu.
Sentia o cheiro do sal, do mar, ouvia o som das ondas, sentia o sol beijar minha pele, o vento fazia dançar os meus cabelos. Não sei quanto tempo passou enquanto eu vivia, talvez 5 minutos ou 5 dias, estava serena e sentia paz, mas aos poucos ouvia um ruído que se tornava mais frequente e mais agudo, o vento gemia, abri os olhos lentamente, as ondas quebravam com força na areia, de repente a areia foi envolvida por uma corrente de ar que a fez girar e subir, pensei em levantar, tentar socorrer a areia ou talvez acalmar o mar, pensei em dizer palavras agradaveis para o vento, mas percebi que não fazia sentido, a natureza precisava ser e eu precisava me reter, dei três passos pra trás, sentei novamente, fiquei observando o caos, ele não precisava me envolver, voltei à minha serenidade.
Comentários