Quando eu era criança eu
abraçava as pessoas achando que assim podia sarar as suas dores. Os meus medos
eram reais, embora não o fossem, porque pra mim eles existiam. Eu transbordava
sinceridade, chorava e ria alto sem me preocupar se incomodava ou não, eu era
fiel ao meu coração e a tudo que eu sentia. Eu brincava como se a vida fosse
feita só de diversão, eu corria e minha energia nunca acabava e eu achava que
podia correr até o fim do mundo. Eu não entendia porque as coisas eram tão
complicadas, tudo era tão simples pra minha inocência! Eu era muito sensível e
tudo me machucava muito, eu chorava pelas minhas dores e muito mais ainda pelas
dores dos outros. Eu etendia muito mais as coisas e vida do que hoje...
O que eu tenho feito não tem sido nada jeitoso. Como eu tenho sido: nada proveitoso. O que eu tenho pensado: nada injusto. O que eu tenho querido: nada compatível. O que eu tenho decidido: totalmente confuso. O que eu tenho acreditado? Minha base, meu refugio, a razão pela qual eu me deixo silenciar, aquietar, recolher, permanecer, me recompor, lutar mesmo sem saber de qual lado da guerra eu estou... eu sei que pode parecer duvidoso e condenável, mas o teu cheiro ainda permanece em mim, e é por esse resquício de ti em mim, que eu rasgo meus descansos e meus suspiros, fazendo dos meus 'ais' impulsos para uma nova corrida, sem fôlego, mas... somente mas... é ele que não conclui a frase da fase que hoje respiro.
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