Ela é alta e magra, uma silhueta desenhada á mão trêmula, tem ar pesado e seu gosto é amargo. Vê-la desanima e tocá-la dói, tal qual pele em contato com a brasa, ou coração entalado em uma garrafa. Nunca olha ninguém nos olhos, tem sempre o olhar por cima, pisa com cautela, mas ainda assim se ouve seus passos com clareza. Sua companhia é um impelir ás recordações mais doces, aquelas guardadas com carinho no lugar mais bonito da nossa memória, são belas e transformam em beleza tudo á volta, beleza banhada com uma espessa camada de dor, mas daquelas dores que a gente chora sorrindo. As vezes a vejo e me encolho de temor, tento-a mandar embora, outras vezes simplesmente a deixo entrar, á vontade, entre senhorita Saudade, se acomode, coma e beba, pois se me visitas com intensidade e tantas vezes assim, é porque o amor também vem muito aqui.
"Saudade, só chega quem amou"
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