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Ando com saudades...

Ando com saudade de sair da escola e ter alguém pra me buscar, de comer pipoca depois da missa, de sentir cosquinhas até faltar o ar. Saudade de comer em prato fundo bolinhas de arroz, feijão, macarrão, carne, tudo junto! Saudade de tomar banho na chuva, de correr atrás de pintinhos, de fazer bolinha de sabão, de me preocupar só em acertar o passo da dança e lembrar na prova que montanha é uma grande elevação. Saudade das minhas maldades ser só jogar coisinhas no quintal da vizinha, de dormir no colo da minha mãe, de ter franjinha. Saudade de álbuns de figurinha, das balinhas de 1 centavo, dos meus lacinhos, de correr na rua, dos meus lápis de cor, de acreditar que São Jorge mora na lua, de brincar com iô-iô. Saudade de andar na cacunda no meu pai, de quando o carnaval era só desfile de bonecos, maizena e nada mais. Saudade das minhas bilongas, de usar terêrê e vestido de estampas, de colar adesivo na agenda, de me pendurar em varal, de acreditar em lendas, de ser rica com 1 real. Saudade de quando brinco era coisa de menina, de quando eu me divertia fazendo faxina.  Saudade de rebobinar a fita, de fazer cabana com lençol e cadeira, de imitar chiquititas, de provar vestidos na costureira. Saudade dos natais em família, de quando maquiagem era só pra gente grande, das unhas pintadas de incolor, das bonecas maltrapilhas, do meu cobertor, de comer com colher em restaurante. Ando com saudades dos céus de outrora, quando a educação era um valor, quando Deus era a única verdade, de quando a rebeldia dos jovens era só ouvir rock, querer sair de casa e ter vaidade. A vida agora é outra, tudo está invertido, sem sentido, relativo, sem esperança... Saudade dos anos que deram vida á Apoena criança.Saudade dos anos 90, a última infância. 

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Chiara Badano, para mostrar que a santidade ainda é possível.

Em Sassello, gracioso e alegre vilagem do Apenino Ligure que pertence à diocese de Acqui Terme, nasce, no 29 de outubro 1971, Chiara Badano que os pais esperavam faziam jà onze anos. A sua chegada é considerada como uma graça da Madonna delle Rocche, a qual o pai recorreu com rezas humildes e confiantes. Chiara (Clara) de nome e de fato, com grandes olhos limpidos, com um sorriso doce e comunicativo, inteligente e voluntariosa, vivaz, alegre e desportiva, é educada pela mãe - através das parábolas do Evangelho– a falar com Jesus e a dizer-Lhe «sempre sim». É uma moça que ama a natureza e brincar, mas distingue–se desde pequena no amor para com os últimos, que cobre de mil atenções e serviços, renunciando às vezes a momentos de distração. Desde o perìodo da escola maternal ela deposita suas pequenas poupanças em uma caixinha pelos seus negrinhos; ela irà sonhar depois de partir para a Africa como médico para curar aqueles meninos. Chiara é uma garotinha normal, mas com algo mais: a...

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O que eu tenho feito não tem sido nada jeitoso. Como eu tenho sido: nada proveitoso. O que eu tenho pensado: nada injusto. O que eu tenho querido: nada compatível. O que eu tenho decidido: totalmente confuso. O que eu tenho acreditado? Minha base, meu refugio, a razão pela qual eu me deixo silenciar, aquietar, recolher, permanecer, me recompor, lutar mesmo sem saber de qual lado da guerra eu estou... eu sei que pode parecer duvidoso e condenável, mas o teu cheiro ainda permanece em mim, e é por esse resquício de ti em mim, que eu rasgo meus descansos e meus suspiros, fazendo dos meus 'ais' impulsos para uma nova corrida, sem fôlego, mas... somente mas... é ele que não conclui a frase da fase que hoje respiro.