Pular para o conteúdo principal

Nunca me imaginei tão feliz ao me comparar com uma cebola!

Eu viajo nas coisas as vezes sabe, e eu tive uma experiência bem legal na sexta-feira, fui com a Bruna no supermercado comprar as coisas do seminário de jovens, daí primeiro fui escolher as cenouras, mas foram as cebolas que me despertaram uma coisa... sabe eu tava ali com toda autoridade sobre elas, com minha sacola na mão, com qualquer uma a minha disposição e eu escolheria, claro, as melhores, as mais bonitas vistas de fora, as que não só eu, mas qualquer um veria que é boa olhando-a por fora... de repente imaginei-me ali no lugar da cebola... Imaginei Deus ali no meu lugar, usando meus critérios para escolher... eu ficaria ali, excluída, a mercê até apodrecer de vez... Deus olhando para cada uma daquelas cebolas, daquela multidão de cebolas, fácil é ver as que estão por cima, raridade é achar alguém que meta a mão lá em baixo a procura de uma cebola que esteja fora do alcance das vistas, certamente as melhores foram postas por cima para dar um ar mais bonito à parte de hortifruta do supermercado. Minha experiência com o amor de Deus foi renovada naquele dia com as cebolas... Porque Deus procurou lá no fundo, lá em baixo, escondida, perdida, excluída dos padrões de popularidade e perfeição da sociedade, me pegou com todo carinho, olhou meu estado, feio, feio por causa dos machucados que deixavam roxo, meio preto, a cebola, a casca meio caída, arranhada pelas mãos das pessoas, murcha pela depreciação de tantas palavras e gestos sofridos e pela ruindade existente no coração da cebola, mas era aquela, daquele jeito, que Deus queria, que tanto Ele amou e ama... essa cebola Ele colocou na Sua sacola e levou Consigo, não ia mais deixá-la ali, na prateleira, era Dele e só Dele agora aquela cebolinha...
Como não pode meu coração se estufar de gratidão profunda à esse Deus, que me ama desse jeito tão lindo, tão gratuito, tão perfeito...?!
Maravilhas Ele fez com essa cebola que ninguém dava nada por ela, mesmo com a podridão, os machucados, a casca caída, com essa cebola ele fez o melhor molho branco! E ninguém entende nada, tampouco a cebola, mas é assim, Deus desconcerta os poderosos usando os pequenos... assim todo mérito dessa perfeição é Dele, e tão somente Dele. ♥
Obrigada Senhor, por ser, e simplesmente ser.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dias 4

Quando o céu está cinza chumbo, com nuvens pesadas, a brisa anuncia a chuva e as gotas caem, fortes, pesadas, sinto meu coração se encher de paz, sinto essa brisa na minha alma. Nunca entendi porque, geralmente as pessoas gostam de céu azul e sol, até perguntei à minha mãe se nasci em dia de chuva, mas ela disse que quando eu nasci estava sol. Eu absolutamente amo a lua, sinto que temos a mesma essência, não sei explicar, amo os planetas, as galáxias, mas eu nasci de dia, meio dia e vinte pra ser mais específica. Dizem que tenho uma vibe doce, mas eu amo filmes de suspense e serial killers. Minha mãe faz o melhor bolo do mundo, mas eu prefiro pizza. Parece que sou feita de desencontros, de paradoxos, um mar revolto na profundidade e sereno na superfície, onde os barcos deslizam tranquilos no perigo. Passo em estações, como passa a água por todos os seus estados, seca, molhada, fria, dispersa, em movimento, nem todos me agradam.Passo ao meu próprio passo, levo o que dá, deixo o que con

(Nem tão) Querido (nem tão) diário,

Eu sou especial e eu to tentando acreditar nisso faz bastante tempo. Ontem a noite eu repeti isso pra mim mesma enquanto fazia o abraço borboleta. Era quase onze da noite e meu quarto era iluminado apenas por um foco de abajour. A mente nos joga truques o tempo todo e o maior deles parece ser a autosabotagem. Não sei quando ficou tão fácil ver o melhor em alguém e só enxergar trevas diante do espelho. A respiração pesada dói, a primeira coisa que me falta quando tudo começa a escurecer aqui dentro é o ar, ou será o amor? O que não falta nunca, ao contrário são os pensamentos que me invadem como um oceano de julgamentos, acusações, opressões, culpas, memórias. Rodopiam na minha mente, entalam na garganta, esmagam o coração. É nadar contra corrente, é subir uma duna de areia fina onde os pés ficam enterrados a cada passo. Sentir a solidão bater no peito como o vento frio em uma noite em que o mar é agitado e as ondas quebram na areia. Não há acolhimento, há resignação, há lagrimas qu

Sobre a noite

No fim do dia não é muita coisa que importa. O que resta do dia que passou sou eu mesma. Sorrisos, lágrimas, abraços ou solidão, tudo passa, seja ruim ou bom. Eu permaneço, não interessa se a contra gosto ou não. Se o dia foi tranquilo ou exigente. Sou eu, comigo e pra mim, e tudo o que eu queria era que fosse suficiente.